sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Viagens de ônibus podem ficar até 20 minutos mais rápidas em Vitória

02/10/2015 - G1 ES

A partir deste sábado (3), os passageiros que circulam por Vitória vão ganhar mais tempo e economia no transporte coletivo municipal com a implantação do novo sistema de transporte da cidade. Para a Secretaria de Transportes da Capital (Setran), o Integra Vitória poderá tornar a viagem dos usuários até 20 minutos mais curta.

O Integra Vitória trata-se de uma readequação do modo de funcionamento do transporte coletivo. Para tanto, os micro-ônibus deixarão de ir de um ponto a outro da cidade e se tornarão linhas alimentadoras. Eles irão circular apenas dentro dos bairros, levando os passageiros até as principais avenidas de Vitória.

Nelas, os usuários farão baldeações, podendo ter acesso a todos os ônibus convencionais - que não serão alterados - sem pagar outra passagem. O inverso também será possível, isto é, sair do convencional e pegar o micro-ônibus.

30 minutos

Conforme explica o gerente de planejamento de Transportes da prefeitura, Heleno Barros das Neves, só é possível ter acesso à baldeação entre os ônibus adquirindo o cartão do sistema, já que através dele é calculado o tempo do trajeto do ponto onde o usuário faz o pagamento até o último ponto de integração.

"Quando a pessoa descer no ponto, ela terá 30 minutos a mais para embarcar no próximo coletivo sem pagar. Se houver qualquer problema vamos ajustar, mas esse tempo é suficiente para quem desce no corredor”, pontua o gerente.

O secretário geral do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setpes), Jaime De Angeli, afirma que o objetivo da ação é otimizar o sistema, pois as linhas de micro-ônibus estavam se sobrepondo às convencionais em grandes vias. A expectativa é que agora o trânsito da cidade ganhe mais fluidez.

Com a mudança, 16 linhas de micro-ônibus serão reformuladas e terão novos nomes. No entanto, Heleno salienta que o trajeto dentro dos bairros não será modificado. Com o itinerário mais curto, os micro-ônibus serão mais frequentes.

"Esses ônibus passavam a cada 30 ou 40 minutos e agora vão passar de 18 a 20 em dias úteis. Aos sábados e domingos, a frota será reduzida, com intervalo de 30 a 35 minutos, dependendo da linha”, diz Heleno.

Pontos

Ao todo, 45 placas foram instaladas nos pontos da cidade, com informações sobre linhas de micro-ônibus e convencionais que passam nesses locais. Porém, a integração pode ser feita em qualquer ponto da Capital, de acordo com a conveniência do usuário

Cartões

Para ter acesso às baldeações os usuários precisam adquirir o cartão do sistema, que é gratuito. Até 10 de outubro, colaboradores do Setpes estarão nos ônibus vendendo cartões pré-carregados de R$ 5, R$ 10 e R$ 20. Os usuários também podem pedir o cartão na sede do Setpes. O cadastro requer CPF e número de telefone

Recarga - Os cartões poderão ser recarregados pela internet, no site do Setpes.

Reclamações

Em Caratoíra, os moradores estão insatisfeitos com as mudanças trazidas pelo Integra Vitória. Para o presidente da associação comunitária do bairro, Carlos Alberto Barbosa, há receio de que o número de ônibus e de linhas seja reduzido, superlotando as viagens.

Segundo Barbosa, a linha que passará pelo local passará por três outros bairros, alongando o trajeto. Já a necessidade do cartão para fazer as baldeações é mais um motivo de insatisfação.

Porém, o gerente de planejamento de Transportes da prefeitura, Heleno Barros das Neves, afirma que apenas a linha de micro-ônibus 202 (Caratoíra/Shopping Vitória) será alterada, sendo substituída pela 042 (Mário Cypreste/Parque Moscoso via Caratoíra ). Já a linha convencional 103 (Mário Cypreste / Jardim Camburi via Caratoíra) será mantida.

Heleno também reforça que a diminuição da frota de micro-ônibus será compensada pelo aumento do número de viagens e que o cartão do sistema é gratuito.

domingo, 26 de julho de 2015

Governo do ES não tem mais previsão para implantação do BRT

26/07/2015 - G1 ES

Leia: Corredor exclusivo de ônibus da Grande Vitória terá 43 estações - G1 ES

A conclusão das obras do BRT, corredor exclusivo para ônibus na Grande Vitória, não tem mais previsão para este mandato, segundo o secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli.

O BRT foi anunciado como grande promessa de melhorar a mobilidade urbana na região Metropolitana de Vitória pelo governo passado de Paulo Hartung e pelo de Renato Casagrande. O secretário já havia prometido que em janeiro que a obra seria prioridade, mas agora o cenário mudou.

A razão é a tão dita crise econômica enfrentada pelo país e pelo estado. Carnelli explicou que o projeto dependeria de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de uma contrapartida do estado, que neste momento não tem condições.

"O anúncio do projeto pressupunha um investimento de mais de R$ 700 milhões, dos quais R$ 200 milhões seriam a contrapartida do governo. Hoje esses R$ 200 milhões não existem", disse o secretário em referência a anúncio do projeto feito em outubro de 2013.

Em abril, o governo não definiu quando o BRT estaria efetivamente funcionando, mas garantiu que priorizaria a adequação de vias de acesso com a infraestrutura necessária à implantação da primeira fase do projeto.

Na sexta-feira (24), o secretário afirmou que estão garantidas algumas dessas obras, mas descartou os corredores exclusivos. "Daquele conjunto do BRT estamos colocando coisas que vão melhorar a mobilidade e que vamos fazer nesse período de quatro anos", disse Carnelli.

Uma dessas obras será em Vitória, com intervenções viárias no Portal do Príncipe para eliminar retenção de tráfego na região da Ilha do Príncipe e da Vila Rubim. Outra obra em Vitória é a construção de um túnel sob o morro de Monte Belo para que a Avenida César Hilal tenha continuidade até a Avenida Vitória, após a Fábrica de Ideias.

A terceira obra é em Carapina, na Serra, onde vai ser construída uma passagem subterrânea de veículos, entre o viaduto da Vale e a descida do Aeroporto de Vitória, para acesso à Avenida João Palácio, o que elimina o cruzamento com o semáforo.

As obras priorizadas estão estimadas em R$ 319,5 milhões, que utilizarão recursos do BNDES e do Estado. O orçamento prevê também intervenções na Terceira Ponte.

Outra obra também prevista no BRT e que continua em andamento é o da ampliação da Avenida Leitão da Silva, em Vitória, com custo de R$ 125 milhões.

O que está previsto

Obra

Etapas

A empresa que vai desenvolver o projeto das obras do Portal do Príncipe será contratada até outubro de 2015.

Projeto

Deve estar pronto em maio de 2016.

Início e conclusão

Início previsto para novembro de 2016 e conclusão para junho de 2018.

Vias

Serão construídos 3,5 quilômetros de vias com o novo projeto.

Histórico

Portal

A proposta de intervenção do Portal do Príncipe existe desde 2008, ano em que a obra foi prometida para 2012. A ordem de serviço da primeira etapa da obra foi liberada em julho do ano passado. Chegou a ser suspensa pela Justiça mas depois foi liberada.

O que já mudou na região

Obra

A obra iniciada ano passado previa um viaduto saindo do Porto de Vitória, mas que acabou sendo cancelado.

Prédio

Três prédios foram desapropriados e demolidos no ano passado para dar lugar às obras do projeto hoje cancelado.

Corte

Árvores ao lado do viaduto próximo à Rodoviária foram derrubadas no ano passado para receberem as obras do Portal do Príncipe.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Linha exclusiva de ônibus já transportou 90 mil bikes em Vitória (ES)

13/07/2015 - Mobilize Brasil

Sistema tem alta ocupação, mas ciclistas pedem a construção de ciclovia na ponte que liga a capital capixaba ao continente

Marcos de Sousa
 
Linha exclusiva de ônibus já transportou 90 mil bi

Linha exclusiva de ônibus já transportou 90 mil bi
Ônibus do Bike GV: opção para travessia da Terceira Ponte
créditos: Ceturb-GV

Vitória (ES) fica numa ilha e três pontes unem a cidade a outras localidades que compõem a região metropolitana, no continente. A mais nova delas, a chamada Terceira Ponte, é proibida a pedestres e ciclistas, obrigando pessoas e bicicletas a fazer um percurso de 21 km para ir da capital à vizinha Vila Velha.
 
Em dezembro de 2013, depois de vários protestos dos ciclistas capixabas, a Ceturb-GV, empresa que opera o sistema de ônibus metropolitano lançou a Bike GV, uma linha de ônibus exclusiva para ciclistas e suas bicicletas. Os ônibus são dotados de mecanismos próprios para a fixação das bicicletas, que viajam travadas, e fazem a travesia dos 3 km da ponte com uma tarifa de R$ 1,20.  A tarifa equivale a 50% do valor da passagem das linhas regulares do sistema de ônibus. O sistema conta com dois ônibus, cada um com capacidade para até 17 bicicletas e seus respectivos donos. 
 
Segundo a Ceturb-GV, a linha é monitorada diariamente e com a ajuda dos próprios ciclistas já foram feitos alguns ajustes para melhor atender aos usuários. Um exemplo: o ponto de Vila Velha, que ficava ao lado do Terminal Vila Velha, foi transferido para uma rua mais próxima à entrada da ponte. Alteração semelhante foi feita no lado de Vitória, o que permitiu a redução do tempo de viagem nos horários de pico, por evitar os congestionamentos na área. Dados da Ceturb-Gv indicam que em um ano e oito meses de operação, o Bike GV transportou mais de 90 mil passageiros e suas respectivas bicicletas, com 13,8 mil VIAGENS E média de 166 passageiros/dia.
 
Ciclistas pedem ciclovia na ponte
O sistema foi bem recebido pelos ativistas locais, mas como uma medida paliativa, "que não resolve o problema" da circulação de ciclistas na região metropolitana de Vitória. "O ônibus fica parado no meio do congestionamento da ponte e os ciclistas ficam presos lá dentro, às vezes por 45 minutos. O que nós desejamos seria a construção de uma ciclovia na própria ponte, permitindo a travessia rápida, a qualquer hora, sem a cobrança de taxas. Os carros pagam R$ 0,80 para cruzar a ponte; por que os ciclistas têm que pagar R$ 1,20? ", pondera Rafael Darrouy, cicloativista da região.
 
Ele lembra que o governo do estado planeja ampliar a ponte, com a construção de mais uma pista em cada sentido, mas não atende ao pedido da população ciclista, que há vários anos pede a implantação de uma ciclovia na Terceira Ponte. "Há soluções de engeharia que permitiriam a circulação de bicicletas em segurança. Por exemplo, seria possível agregar uma pista em estrutura metálica embaixo do tabuleiro da ponte. Para evitar acidentes, bastaria incluir uma envoltória, como uma gaiola ao redor da pista de bicicletas", argumenta Darrouy.
 
Mesmo assm, o cicloativista defende a continuidade do Bike GV e pede que as autoridades ampliem a integração do transporte público com o sistema cicloviário. "Todos os ônibus de Vitória deveriam ter ganchos para o transporte de biclcietas, de forma que as pessoas possam completar as viagens com suas bikes em qualquer horário do dia", defende o representante dos ciclistas.
 
Segundo a Ceturb-GV, a linha conta com dois veículos, sendo um de reserva, e faz viagens a cada 30 minutos, nos horários de pico, e a cada 45 minutos fora do pico. Recentemente, o horário foi estendido para as 23 horas (funcionava até as 20h30) para atender a estudantes universitários e trabalhadores dos dois municípios que saem depois das 22 horas.