quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Corredores exclusivos devem diminuir pela metade tempo de viagens do Transcol

23/10/2013 - A Gazeta - Vitória/ES

Com a implantação do BRT, os passageiros do transporte coletivo ganharão tempo em suas viagens, que em alguns casos levarão a metade do tempo das de hoje. Quem viaja na linha 507, Transcol que vai de Laranjeiras, na Serra, ao Ibes, em Vila Velha, por exemplo, vai ter uma redução de 49% no tempo nesse percurso.

Para a autônoma Dhaíze Francisco da Silva, que usa o Transcol todos os dias, o BRT não deve resolver o problema da lotação nos ônibus. "O que mais incomoda não é o tempo de viagem, mas sim o fato de, na maioria das vezes, ficar em pé. Preferia que a viagem fosse mais confortável", disse

Hoje, esse ônibus gasta 1h30 no trajeto completo. O novo sistema permitirá que a viagem seja feita em 46 minutos.

A rapidez também vale para viagens hoje realizadas em ônibus municipais. No caso do 121, linha de Vitória que corta a Capital saindo de Jardim Camburi e indo ao Sambão do Povo, a viagem hoje leva 1h20. No novo sistema, o tempo será de 1h05. "Para essas linhas que entram nos bairros, mas também atravessam a cidade, a pessoa terá que pegar um ônibus do BRT no portal ou terminal do sistema e mesmo assim terá um ganho de 15 minutos", explica o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), Fábio Damasceno.

No BRT, haverá linhas expressas, de um terminal a outro; as semiexpressas, que só vão parar nas estações duplas; e as paradoras, que recolherão passageiros em todas as estações.

Onde houver o corredor, não circulará outro tipo de ônibus, e os que fazem o caminho interbairros cruzarão o BRT, como linhas alimentadoras do Transcol e municipais que levam as pessoas aos terminais e portais. Haverá linhas troncais, que seguirão em ruas onde o novo sistema não passará, como nas avenidas Leitão da Silva, em Vitória, e Rodovia Darly Santos, Vila Velha.

Linhas

507

Laranjeiras/Ibes. Tempo atual: 1h30. Com BRT: 46 minutos

509

Carapina/Campo Grande. Tempo atual: 1h25. Com BRT: 50 minutos

121

Jardim Camburi/Sambão do Povo. Tempo atual: 1h20. Com BRT: 1h05

Nova via ligará Barra do Jucu a Guarapari

Uma nova via com 17,40km de extensão vai ligar a região da Barra do Jucu, em Vila Velha, ao distrito de Amarelos, em Guarapari. É a ES 388, que vai somar um investimento de R$ 50 milhões.

A obra faz parte do pacote de nove editais lançados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES), que vão contratar R$ 275 milhões em obras para reabilitação e implantação de 47km de rodovias. Além da região central, há várias intervenções no interior.

Também foi aberto o processo de licitação da avenida que fará a ligação entre o Corredor Leste-Oeste e o Terminal de Campo Grande, Cariacica, uma obra da Setop.

"Todas as intervenções têm prazo estimado de um a dois anos, mas precisamos fazer parcerias com as concessionárias das vias para agilizar os processos", diz a diretora-geral do DER, Tereza Casotti.

Ifes e Ufes

Em São Mateus, Região Norte, o DER fará a ES 422, para ligação entre os campi locais da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

Com 630m de extensão, o acesso vai custar aos cofres públicos aproximadamente R$ 3 milhões.

Análise

"BRT é uma ótima opção, mas atrelado a outras ações"

Prover a infraestrutura para o BRT é um processo lento, que demanda esforço e obras. Não acredito que a entrega seja feita em dois anos, a não ser que a maior obra leve esse tempo e que tudo seja feito simultaneamente. Mas isso seria caótico para a circulação de pessoas. Há trechos onde não é possível colocar as estações rapidamente, porque exigem espaço, e muitos canteiros são pequenos. Entretanto, a implantação do sistema é necessária para melhorar o tráfego, e o BRT é uma ótima opção para cidades de médio porte, mas deve ser atrelado a outras ações. Se o BRT for bem gerido e instalado, com certeza será possível transportar uma grande quantidade de pessoas num curto período. O investimento para um metrô seria muito mais alto, e a demanda de pessoas teria que ser maior. Gesiane Silveira, engenheira de transportes.

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