segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Retirada de postes abre caminho para as obras na Lindenberg

04/09/2010 - A Gazeta - Frederico Goulart 
fgoulart@redegazeta.com.br

Depois de uma paralisação de cinco meses, as obras de ampliação da Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, serão retomadas na próxima sexta-feira. Os 111 postes que estavam atrapalhando o andamento dos trabalhos no local – até então realizados pela prefeitura – finalmente devem ser retirados. Para isso, o governo do Estado comprometeu-se a destinar R$ 2,5 milhões para contratação de uma empresa que fará esse serviço. 

Hoje, quem passa pela avenida - que começou a ser reformada em abril de 2008 – enfrenta vários problemas. Faltam calçada, canteiro e abrigos para ônibus. E sobram buracos, bueiros abertos e entulhos jogados no entorno da pista. 

Morador de Alvorada, bairro vizinho à via, o marceneiro Ademir Emerick, de 56 anos, expressa a revolta com a situação: “Fizeram o primeiro trecho e esqueceram daqui. É um risco imenso passar por aqui. Falta tudo”, diz. 

Além dos postes - protagonistas de uma grande polêmica a respeito de quem deveria retirá-los -, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) responsabilizou-se em realizar 30 desapropriações em todo o trecho que vai do cruzamento com a Darly Santos até a Avenida Jerônimo Monteiro (no Centro), trecho que compreende a segunda etapa. 

Essas intervenções fazem parte das adaptações necessárias para a implantação do projeto de corredor exclusivo para ônibus (BRT). “Assim que foi dada a ordem de serviço da segunda etapa, o governo do Estado considerou que havia a necessidade de adequação do projeto. Também estão previstas obras de terraplanagem e remoção de rochas”, relata o secretário de Infraestrutura e Obras Especiais de Vila Velha, Roberto Médice. 

Todo esse esforço será necessário para um maior alargamento da via. Só assim será possível a abertura de um canteiro de 6 metros onde hoje fica o canteiro central, para a passagem do corredor. 

Prazos 
A Setop ainda não sabe qual é o prazo para a retirada dos postes, mas a expectativa é que todo o trecho da segunda etapa esteja finalizado até o final de 2011. São 5,5 quilômetros de extensão divididos em dois segmentos - pois se trata de áreas com características distintas - que receberão obras simultaneamente.

Motociclista morreu na última quinta-feira 
Um acidente grave na Avenida Carlos Lindenberg matou um motociclista na noite da última quinta-feira. Felipe de Oliveira Pereira, 25 anos, caiu sob uma carreta que trafegava ao seu lado, depois de bater em um Gol. O acidente ocorreu após Felipe passar por um ressalto da pista, próximo ao cruzamento com a Darly Santos, perdendo o controle da moto. Testemunhas disseram que as condições do asfalto foram a causa da morte.

Nova reforma em trecho já concluído 
Não bastassem os 20 meses em que esteve em obras, o trecho da Avenida Carlos Lindenberg que fica entre o acesso ao bairro Cobilândia e o cruzamento com a Rodovia Darly Santos - entregue em 11 de dezembro de 2009 – sofrerá novas intervenções. O objetivo é fazer as adaptações necessárias para a implantação do corredor exclusivo para ônibus (BRT). 

O gerente de Projetos e Obras da Secretaria de Infraestrutura e Obras Especiais de Vila Velha, Roberto Médice, não soube explicar quando recomeçam os trabalhos, mas esclareceu que o fato de não ter havido uma confirmação do governo do Estado de que aquele trecho faria parte do BRT fez com que as obras fossem tocadas sem que estivessem previstas as adaptações para o corredor.

“No futuro, teremos que fazer intervenções para o alargamento da via de modo que seja aberta uma abertura de 6 metros para a passagem do corredor, além das três faixas que permanecerão em cada sentido”, diz. 

Médice também lembrou que, a partir de agora, com a implantação do corredor exclusivo, todos os recursos aplicados na nova Lindenberg precisarão partir, também, do governo federal e do estadual. 

Problemas 
Sobre a série de problemas encontrados na via, a prefeitura informou que enquanto não forem reiniciadas as obras, muitos deles não terão solução. “Não temos o que fazer. Retiramos as calçadas, os abrigos de ônibus e os canteiros, e não há como refazê-los antes do recomeço das obras. A solução é esperar”, diz o engenheiro Roberto Médice. 
A Prefeitura de Vila Velha afirmou, também, que constantemente realiza operações tapa-buraco para amenizar os problemas na via.

Entenda a obra 
Projeto. Reforma dos quase 10km da avenida 

1ª Etapa. Entre o cruzamento com a Rodovia Darly Santos e o acesso ao bairro Cobilândia

2ª Etapa. Do cruzamento com a Darly Santos até o Centro, na Avenida Jerônimo Monteiro, incluindo as vias de bairro que servem como retorno, passando pela Glória

3ª Etapa. Do acesso a Cobilândia à Segunda Ponte, incluindo a descida para São Torquato e o retorno sob a ponte

Intervenções. O projeto é composto por drenagem; recuperação asfáltica, com três pistas de rolamento em cada sentido; reconstrução de calçadas (com 3m de largura); ciclovia e estacionamentos. A ciclovia será construída do lado direito da pista, no sentido Vila Velha - Vitória, e terá 3m. O canteiro central dá lugar a um espaço de 6m de largura, para corredor exclusivo para ônibus

Valores. A primeira etapa ficou em R$ 13 milhões. A segunda é estimada em R$ 22 milhões; e a terceira custará de R$ 15 a R$ 20 milhões. Não estão incluídos os gastos para a fazer o corredor exclusivo

Atraso. A primeira etapa foi entregue em dezembro de 2009, um ano após o previsto. A segunda arrasta-se desde abril devido ao impasse para retirada de 111 postes. O fim está previsto para o final de 2011, quando terá início a terceira fase

Cenas da avenida 
1 Além de não poder contar com um canteiro no centro da avenida, o pedestre ainda precisa desviar de manilhas abandonadas, logo após o cruzamento da avenida com a Rodovia Darly Santos, no sentido Vitória - Centro de Vila Velha

2 Buracos e crateras abertos podem ser vistos por praticamente toda a avenida, o que aumenta o risco de acidentes e de danos aos veículos

3 Passageiros precisam esperar pelo ônibus sem a proteção de abrigos, na região de Aribiri. 
E há pontos em que não há nem mesmo calçada

4 Sem ciclovia, quem escolhe a bicicleta como meio de locomoção tem de se arriscar
no meio dos outros veículos para que possa se deslocar

5 Além da falta de calçadas, há ainda tampas de bueiros e de galerias quebradas 


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